Ansiedade e Depressão: O Mal do Século
Eu já tinha postado no meu Instagram a foto do livro “A sociedade do Cansaço”, mas além de ter ficado incomodada porque não tinha gostado da foto anterior (esse negócio de conviver com muito virginiano dá nisso), deixei de mostrar os outros 2 livros da trilogia:“A sociedade da Transparência” e “Agonia de Eros”, escrito pelo coreano Byung-Chul Han📚 (deu até nó no cérebro de escrever).
A trilogia começa falando do cansaço, dizendo que o mal do século XXI é neuronal, não mais bacteriológico ou viral.
Temos a cura para a maior parte das doenças físicas, mas porquê sofremos como nunca de doenças como depressão e transtornos mentais?
Você sabia que o Brasil é o primeiro país em transtorno de ansiedade do mundo e o quinto em depressão?
Esse livro explica um pouco sobre o assunto, e na visão de alguns pensadores, o fato de termos trocado a forma de enxergar e nos comportar como sociedade é o “x” da questão.
Trocamos a sociedade do trabalho e da coerção (onde tínhamos mais obrigações, devíamos mais satisfações e tínhamos mais regras) pela sociedade do desempenho (onde basicamente quase tudo depende de nossa capacidade de produção).
Com isso, nós estamos nos tornando não só patrões, mas também escravos de nós mesmos.
E isso pode ser doentio.
Volto a dizer que levanto a bandeira de usarmos essa tal liberdade justamente para trazer mais equilíbrio – parando de querer mostrar resultados ou buscar a recompensa lá fora e entendendo que a gente já carrega tudo aquilo que nutre de verdade nossa alma. E isso, passa pelo exercício da energia feminina em nosso modo de ser, pensar e agir.
Os outros livros da trilogia:
O segundo livro (o laranja) fala que quanto mais enchermos a nossa vida de informação, mais vazio sentiremos por dentro. A informação não necessariamente gera “verdade” – a nossa verdade.
E o terceiro livro (azul) fala muito de como a gente vai trocar, aprender e amar o outro por quem ele é, se estamos nos tornando todos iguais?
Confesso que ler esses livros me deu uma deprimida no começo, mas acredito que pensar sobre o pior cenário pode ajudar também a trazer alternativas para o caminho do meio – o equilíbrio.
Se você já tiver lido algum desses livros, me conta o que achou?
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Quer comprar a trilogia?
Nesses meses todos que estive em tratamento, nos piores momentos eu não conseguia fazer nada – nem o que eu gostava. Não dava para ler, escrever… eu não era capaz nem de assistir a um filme – minha cabeça não processava nenhuma informação.
Depois, quando comecei a terapia cognitiva comportamental (geralmente indicada para o tratamento de síndrome do pânico) eu tinha que ter um caderno – para anotar todas as crises – quando começavam, quanto tempo duravam, o quê as provocava, etc.
E eu fazia aquilo no automático – só seguindo uma lista/ questionário. Como estava me acostumando aos remédios que me deixavam muito dopada, eu também escrevia as coisas para me lembrar – porque eu esquecia tudo.
O caderno era meu guia, minha cabeça, minha memória.
Mais um tempinho passou, e aquele caderno que antes era frio, começou a ganhar afeto – ainda que com palavras cheias de dor, medo, angústia e vazio. Um vazio que podia preencher o mundo.
Com mais um pouco de tempo, e paciência, ele começou a arrancar de mim meu inconsciente – era para ele que eu confessava primeiro os meus sonhos – sonhos que podiam virar histórias – e é ele que vai hoje a terapia comigo (agora junguiana), para me lembrar do que ainda esqueço.
Hoje ele acabou. Mas assim como (quase) tudo na vida, eu já tenho outro para substituí-lo.
Outro que já vai me receber um pouco diferente – menos lado negro da força. Já comecei a dar meus pulinhos em palavras mais alegres, mais leves, mas nunca mais as mesmas de antes.
Assim como tudo e todos que passam por nossa vida e nos deixam alguma marca (não importa se boa ou ruim), esse “love” nunca será esquecido.
⁉️Me conta: você tem o hábito de escrever ou fazer um diário?
Em breve vou escrever sobre um assunto bem legal, que me impactou muito, e tem um pouco a ver com hábitos que nos aproximam de nós mesmos.
Por isso, se você tiver algum hábito desse tipo, ou que vc tenha desde a infância, comenta aqui! E se puder, compartilha com alguém que vai gostar de participar dessa conversa :)
Chega! Vestir essa fantasia o tempo todo tá pesado demais.
Tá vendo as marcas e feridas no meu corpo?
Não há quem não as tenha, claro. Mas e quanto às “feridas da alma”? Essas que a gente não presta muita atenção. Àquela que a gente só enxerga quando geralmente é tarde demais?
Talvez não seja tarde demais pra você.
Essa inquietação que você sente, que muitas vezes vem em forma de irritabilidade, sufocamento (“aí, não aguento mais tanta demanda”) ou desesperança (“não importa o que eu faça, parece que eu não saio do lugar!”).
Essa sensação de estar perdida, é real.
Sabe o que ela significa? Que você ficou muito tempo “longe de casa”.
Mulheres Maravilha e Super Homens que estão estressados estão com fome de alma.
A boa notícia é que há muitas maneiras de se voltar pra casa. E você saberá voltar, se quiser.
Mas aonde é o seu lar? Ele fica em algum lugar interno, isso você não pode ter dúvida! .
“Ele fica em algum ponto do tempo, não do espaço, onde você se sinta inteira” – escreveu Clarissa Pinkola Estés.
Como chegar lá? Aguarde cenas dos próximos capítulos…
(até lá, que tal começar a pensar à respeito e fazer uma lista das coisas que te fazem sentir-se inteira(o). Se quiser me contar, vou adorar saber!
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Nunca fui uma pessoa muito sociável. Primeiro porque sou extremamente introvertida – isso significa que, pra mim, o que acontece aqui dentro muitas vezes é mais interessante do que o que acontece “lá fora”.
E assim como eu, existem muitas pessoas assim.
A questão é que vivemos em uma sociedade que privilegia os extrovertidos. Quem fala, quem se expõe sem medo.
É mais aplaudido quem está no palco do que quem prefere os bastidores.
Então, desde crianças, os introvertidos ouvem coisas como: “essa criança tem algum problema “. “Saí do quarto, fulana”. “Vai ciclana, dá oi pra tia que você nunca viu e nunca mais vai ver”… (exageros e coisas do tipo)
O que acontece? Ela (a criança) começa a acreditar que têm alguma coisa mesmo de errado. E como ela não consegue ser diferente (porque é a natureza dela), ela acaba se retraindo cada vez mais, e aí vira “timidez-caracol” – aquela que é impossível tirar ela da casinha…
A criança cresce. Aprende a viver e se adapta como pode ao mundo – sabendo que sua timidez muitas vezes soa como falta de educação.
Mas o que nunca disseram a ela é que ser introvertido é legal e que ela ficou tímida provavelmente porque tentaram transforma-la em extrovertida.
Sabe como eu descobri isso? Lendo o “Poder dos Quietos” ou “Quiet Revolution”, da Susan Cain.
Se você se identifica com o que escrevi, ouve essa: “nós temos um poder absurdo”. Sem os introvertidos (muito conhecidos como anti-sociais) o mundo não seria impactado por pessoas como Ghandi, Einstein, Chopin, Spielberg, entre outros – todos de personalidade introvertida.
E eu escrevi isso tudo pra quê mesmo? .
Ah, para dizer que tem lugar para todo mundo. O que seria do feio sem o belo, da luz sem a escuridão e do mundo sem extrovertidos e introvertidos.
E eu digo, com orgulho, que sou introvertida – ainda que saiba sorrir e ser simpática (quando quero. Rsss)
Comente aqui embaixo se você faz parte desse clube. Ou compartilhe este artigo com um amigo que vai adorar entrar nele:)
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Uma amiga me indicou um livro (que aliás o Clark roubou pra ler) que fala sobre compaixão.
Depois que eu ler tudo, pode esperar mais textos sobre o assunto, mas o que eu sei dele até agora é que compaixão é um dos sentimentos mais nobres no ser humano. Ao contrário do que “fazem” a gente acreditar, somos seres muito mais sociais e amorosos do que competitivos e egoístas.
Você há de concordar comigo que é muito fácil sentir compaixão por alguém que está sofrendo ou passando por alguma dificuldade – não importa o motivo. Nós somos capazes não só de de sentir, como fazer algo para ajudar ou tentar fazer com que o sofrimento daquela pessoa acabe.
Mas e quando é com a gente mesmo? Você é capaz de sentir compaixão por si mesma(o)?
Especialmente as mulheres, que enfiaram (tá, enfiaram pra gente) que tínhamos que ser,fazer e dar conta não só de si mesma, como do resto do mundo – a sensação é geralmente de que não fazemos mais do que a obrigação.
Mas posso te contar uma coisa? Não dá pra dar conta. Como eu sei disso? Eu tentei. Eu levei essa crença até as últimas consequências…
E ainda me achava no controle de tudo.
Sabe o que aconteceu? Perdi o controle. Um belo dia, pirei. Surtei.
Não só não dava conta daquela demanda externa, como não tinha mais o menor controle sobre mim mesma. Sobre minha mente. Meu corpo.
Então, pra você que me lê, eu só te digo uma coisa: guarda esse chicote, Maravilha. Tá, deixa ele ali do lado, mas não pra usar em você – só se precisar colocar aquela baiana pra rodar.
E assim, fico por aqui, te desejando um ótimo dia – sendo quem você der conta de ser. Simples assim.
PS: Vale para os homens também 😉
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Quem imaginaria que a Mulher Maravilha ia pedir penico?
Ao longo da nossa história, as mulheres quiseram sair do imaginário dos homens (que queriam ter ao seu lado uma “super mulher”) e do das mulheres (que queriam que todos vissem que sua capacidade não se resumiria a um tanque de roupa pra lavar).
Em um certo momento elas precisaram (e ainda precisam) vestir sua capa e lutar para conquistar seu espaço. E nós fizemos (e estamos fazendo) isso.
Quantas Maravilhas abriram caminho para que nós agora tivéssemos o poder de escolher – quem ser, com quem se relacionar e o que fazer com nossos poderes?
Até aqui ok. Mas veja se você não concorda comigo na armadilha que muitas de nós acaba caindo (eu, inclusive).
Aquela Maravilha que queria ser admirada por sua competência, inteligência, força, sensibilidade, beleza (isso sempre!) e capacidade de realização, acabou chegando no seu limite. Quem sabe ela achou que não haveria limite?
E como diria Renato Russo, na verdade não há.
O que há então? Na minha opinião, o que existe de mais importante são as prioridades.
Ao pensar que poderia ser, fazer e viver tudo, ao mesmo tempo, foi que ela acabou no Rivotril…
Muitas Maravilhas (e SuperMans também), acreditam que felicidade é conquistar o maior desempenho e produtividade possível. Como fazem as máquinas.
O que esquecemos é que máquinas não têm alma, e mesmo que a gente atinja a tão sonhada “alta performance”, depois vem o vazio. O vazio de não saber mais o que ficou de humano ali dentro.
É não dar conta de ser quem é. De fazer escolhas que realmente nos fortaleçam, sem medir os resultados e os aplausos.
Por isso eu acho que hoje os Super Heróis estão doentes, e o remédio começa por trazer um pouco mais de humanidade para o heroísmo, e assim quem sabe, chegamos à um equilíbrio – onde mulheres podem ser mais “Super” e homens também terem espaço para encontrar seu lado “Maravilha”.
Cadê a Lois Lane que estava aqui? A minha, eu estou (re)descobrindo agora.
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Eu não acredito que isso está acontecendo.
Eu não acredito que não posso fazer nada para isso passar.
Eu não acredito que isso vai passar.
Eu não vou aguentar até isso passar.
Eu parei de tentar fazer isso passar.
Eu aceitei que ia ter que esperar isso passar.
Eu até acho que depois de tudo o que eu vivi passar, não precisarei fazer mais nada para continuar.
Nesse momento, depois de quase 7 meses de um quadro profundo de depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico eu saí do quarto e fui para o jardim.
Na verdade eu fiz muito mais do que isso.
Eu coloquei um maiô (um biquíni ia me fazer chorar), saí do quarto e fui para o jardim.
Pensa que acabou?
Eu coloquei um maiô, saí do quarto, fui para o jardim e sentei para tomar sol.
Chega, né Mulher?
Eu coloquei um maiô, saí do quarto, fui para o jardim, tomei sol e caí na piscina.
Para uma pessoa que antes não saberia comemorar um prêmio Nobel (se tivesse capacidade para ganhar um) porque explorava a si mesma até à exaustão total, meu movimento de hoje encheu meu coração de paz.
Por isso, só por hoje, eu celebro isso como uma conquista.
Não sei como será o amanhã (responda quem puder), maso que irá me acontecer já virá sem tanta expectativa porque finalmente estou aprendendo a viver.
⁉️Conhece alguém que usa o chicote da Mulher Maravilha para dar em si mesmo? Compartilhe este artigo – pode ser que ela(ele) entenda à tempo que o excesso de cobrança, metas e expectativas podem ser sua kriptonita – e tirar de vez sua força e poder de lutar por si e pelos que estão à sua volta.
Como eu fui parar no Rivotril?
Nem todo mundo sabe disso (e enquanto escrevo ainda me pergunto se precisam realmente saber), mas este foi o ano em que morri.
Aos exatos 40 anos, enquanto eu soprava essas velas, se apagava a luz que me fazia enxergar a vida. A minha vida.
Em 2018 descobri que apesar de ter a liberdade como principal valor, tudo o que eu estava fazendo até então era me transformar em uma escrava de mim mesma.
Sabe aquela máxima de que não existe pior inimigo de uma pessoa do que ela mesma? Então, eu senti isso na pele, na mente, no corpo e especialmente na alma.
Descobri que dia após dia estava cultivando uma cobrança disfarçada de determinação, uma expectativa que confundia com sonho, mas que no fundo era uma cegueira sobre mim mesma que piorava a cada ano, que cresceu e se transformou em Transtorno de Ansiedade mas só quando ela explodiu em uma Síndrome do Pânico foi que a vida conseguiu me parar e dizer:
“Agora acabou, Jéssica”….
O fim de uma etapa
Coincidência ou não (claro que não), os 40 anos marcam o final de uma etapa, que no meu caso foi a morte de uma mulher que não sabia dar limite (a si mesma e aos outros), e que por isso, quebrou.
A sorte é que quando a gente quebra, finalmente consegue enxergar o que tem dentro. Nossa, e como tinha coisa!
Neste momento em que escrevo, passei os últimos 7 meses só tirando o lixo debaixo do tapete, dando colo para os fantasmas que puxavam meu pé e conversando bem com meus medos para eles verem que podiam dar um jeito na vida e se criarem longe de mim – porque eu não ia desistir.
Ainda não acabou. E não vai acabar, porque a vida é assim mesmo. Um looping de evolução.
Mas agora sinto que meu processo não é mais de morte, e sim de cura, renascimento e transformação.
Por isso,em 2019, já comecei na intenção de viver um ano e uma vida realmente nova e muito mais verdadeira.
E se lá em cima eu tinha alguma dúvida se deveria escrever tudo isso, vou ficar tranquila se puder inspirar e/ou ajudar alguém a ter coragem de parar tudo e perceber se está vivendo “para dentro” (o que é autêntico, o que é essência) ou se tá “costurando pra fora” (aquela vida bonita para fazer de vitrine nas redes sociais).