Como eu fui parar no Rivotril?

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Como eu fui parar no Rivotril?

Nem todo mundo sabe disso (e enquanto escrevo ainda me pergunto se precisam realmente saber), mas este foi o ano em que morri.
Aos exatos 40 anos, enquanto eu soprava essas velas, se apagava a luz que me fazia enxergar a vida. A minha vida.

Em 2018 descobri que apesar de ter a liberdade como principal valor, tudo o que eu estava fazendo até então era me transformar em uma escrava de mim mesma.
Sabe aquela máxima de que não existe pior inimigo de uma pessoa do que ela mesma? Então, eu senti isso na pele, na mente, no corpo e especialmente na alma.

Descobri que dia após dia estava cultivando uma cobrança disfarçada de determinação, uma expectativa que confundia com sonho, mas que no fundo era uma cegueira sobre mim mesma que piorava a cada ano, que cresceu e se transformou em Transtorno de Ansiedade mas só quando ela explodiu em uma Síndrome do Pânico foi que a vida conseguiu me parar e dizer:
“Agora acabou, Jéssica”….

O fim de uma etapa

Coincidência ou não (claro que não), os 40 anos marcam o final de uma etapa, que no meu caso foi a morte de uma mulher que não sabia dar limite (a si mesma e aos outros), e que por isso, quebrou.
A sorte é que quando a gente quebra, finalmente consegue enxergar o que tem dentro. Nossa, e como tinha coisa!

 

Neste momento em que escrevo, passei os últimos 7 meses só tirando o lixo debaixo do tapete, dando colo para os fantasmas que puxavam meu pé e conversando bem com meus medos para eles verem que podiam dar um jeito na vida e se criarem longe de mim – porque eu não ia desistir.
Ainda não acabou. E não vai acabar, porque a vida é assim mesmo. Um looping de evolução.

Mas agora sinto que meu processo não é mais de morte, e sim de cura, renascimento e transformação.

Por isso,em 2019, já comecei na intenção de viver um ano e uma vida realmente nova e muito mais verdadeira.

E se lá em cima eu tinha alguma dúvida se deveria escrever tudo isso, vou ficar tranquila se puder inspirar e/ou ajudar alguém a ter coragem de parar tudo e perceber se está vivendo “para dentro” (o que é autêntico, o que é essência) ou se tá “costurando pra fora” (aquela vida bonita para fazer de vitrine nas redes sociais).

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