Arquivos Mensais: Fevereiro 2019

Manifesto

eu acredito

Manifesto

Eu acredito em vida vivida, não em vida passada. Vidas passadas? Nessa sim. Mas digo passada, daqueles que vieram só para bater o ponto.

Pra mim, o ponto é exatamente outro. É saber que ao abrir os olhos, a cada inspiração – dos pulmões e das ideias – que brilhe e se faça brilhar olhos, que se provoque e sejamos provocados. Acredito em desejos, sonhos e conquistas. E que as pessoas possam sonhar de olhos abertos, para que na hora de dormir descansem criando novos sonhos.

Eu acredito que vida é ficção. Novela, série, curta ou longa.
Criamos histórias. E voltamos sim, ou para viver novas aventuras, ou para voltar e fazer de novo o que não se aprendeu na história anterior.

Aliás, quantas já tivemos e ainda teremos?
Que personagens já fomos e ainda podemos ser?
Sem todo esse sentido, nada faz sentido. Porque é a alma que liga tudo. Ela é a verdadeira arte de viver.

Por isso, nada de deixar para outra hora…

 

*** Imagem: Pinterest

Chama o Uber

Chama o Uber

Aquela palavra que você deixa de falar por medo de ser criticada.

Aquele jeito de ser que você muda porque têm gente que acha “feio”.

Aquela roupa que você troca pra não “arrumar problema” na rua.

Aquela atitude que você ensaia, mas não tem coragem de pagar pra ver no que vai dar.

Que daqui pra frente a gente chame o Uber para tudo e para todos que não aceitam nosso jeito de ser e viver.

Saber a diferença entre ceder para se relacionar melhor e se manter fiel à quem você é, nem sempre é simples, mas um bom exercício de fazer, você concorda?
Me conta aqui nos comentários do que você não abre mão?

 

*** Ilustração: Pinterest

Em outra hora ​

Em outra hora

Em outra hora ​

Em outra hora eu danço, planto, desenho, fotografo, abraço, procuro, planejo… em outra hora eu cuido da vida.
Se de alguma forma queremos criar, receber ou desfrutar de uma vida mais plena é preciso fazer algum sacrifício. “Vida e sacrifício” andam juntos, disse Clarissa P. Estés.
Mas eu particularmente acho que a palavra sacrifício ficou muito carregada de culpa e sofrimento com a nossa cultura predominantemente católica – apesar de que, sua etimologia é nada mais nada menos do que “tornar algo sagrado”.
Então, tudo bem dizer que vida é sagrada? E que para torná-la sagrada é preciso também dizer que vida e prioridade andam juntas?
Não sei pra você, mas para mim faz mais sentido assim.
Dito isso, olha a frase aí de cima e pensa em quantas vezes você caiu nessa armadilha e sacrificou (ops, priorizou) outras coisas que não fossem àquilo que estava com vontade de fazer. Algo que sua alma, seu coração pediam, mas sua mente (que acha que manda) falou que não.
“Você vai fazer o que eu estou falando porquê faz mais sentido” – diz a voz da “razão”.
E que razão tem essa razão?
Nenhuma! Porque quando a gente só dá ouvidos à ela (a mente) entramos na rodinha dos ratos – um looping de sacrificios (aí sim eu uso essa palavra de boca cheia), porque nenhuma vida brota disso tudo.
Então, da próxima vez que seu coração mandar você parar tudo e dançar, pintar, desenhar, fotografar, abraçar, ligar, escrever, procurar ou dar piruetas na porta da escola das crianças – faça.
Não vou dizer que você será aplaudida na primeira vez. Talvez nem na segunda ou terceira. Quem dirá se na quarta? Mas isso não quer dizer que não exista talento, habilidade e muito menos que não seja “apropriado para uma mulher do seu tamanho”.
Acredito que o importante seja se permitir ter essas alegrias – é daí que você começa a ouvir a voz da sua alma.
É aí que você está se reaproximando da sua vida feita à mão – daquilo que é mais autêntico e verdadeiro, porque é só seu.
Já parou pra pensar que só tem você de você no mundo? Mais ninguém. Quer coisa que preencha mais a vida do que saber disso?
*** Imagem = Pinterest

Precisamos falar sobre Clark & Super Man

super man

Precisamos falar sobre Clark & Super Man

Você sabia que sou casada com um Clark Kent?
Poucas vezes me refiro à ele como Super Man. Isso não quer dizer que ele não seja um homem digno de ser Super, mas ao contrário do que acontece com as mulheres, eu acredito que os homens são mais espertos na hora de vestir a capa.
Não é pra todo mundo, pra qualquer coisa ou em qualquer cabine telefônica que um Clark se aperta para colocar a fantasia de Super Man.
Enquanto que nós, desde que saímos de casa para conquistar o mercado de trabalho, vestimos a fantasia de Mulher Maravilha e achamos que se a gente tirar, o povo vêm pra cima.
Então o que a gente faz? Guarda a Lois Lane no armário, porque “ai de mim mostrar minhas fraquezas, medos e fragilidades”…
Tô certa ou tô errada, Porcina?
Ok, vamos parar de misturar personagens e continuar o racicínio…
Tá certo que os homens não sofrem as barreiras e preconceitos de uma sociedade machista, por isso, temos sim que fazer mais força e falar mais alto para ter os mesmos direitos que eles.
Mas por experiência própria (e eu vou falar mais disso), em termos de relacionamento, eu acredito que a Mulher Maravilha acaba atrapalhando, e muito, a identidade do homem e o relacionamento do casal.
Porque se ele veste a capa, ele está querendo dominar. Se ele fica com os óculos, é porque é acomodado.
E como nós mulheres hoje temos mais voz e poder do que nunca, o que eu vejo acontecer é que a maioria dos homens acaba ficando no modo Clark – para evitar atritos.
E nós, que somos Maravilha (sempre! :-) ) dominamos o território e assumimos tudo de bom e de ruim que esse domínio traz. Todas àquelas demandas que mencionei nos últimos posts, acabam caindo nas nossas costas também porque a gente as assume, ou não?

– Leia também sobre “Ansiedade e Depressão: O Mal do Século” &  “Vida Feita à Mão”

Quantas mulheres podem dizer que tem facilidade em delegar as coisas para seus maridos ou companheiros?
Quantas mulheres não assumiram o papel masculino (e entenda masculino como energia e não como gênero) e deixaram os homens sem identidade?

Os que ousam trazer o feminino pra si ( de novo, a energia e não o gênero) cuidando da casa, dos filhos ou de si próprios são vistos como aberração pelos homens e heróis pelas mulheres –

“Como eu queria que meu Clark fosse assim”.
O que eu acredito é que estamos vivendo uma falta de ser humano.
Da porta pra fora, podemos vestir nossas capas, mas entre quatro paredes, quem sabe não dá para guardar tudo no armário e sermos Lois e Clark – mulheres e homens reais?

​Você concorda? Me conta nos comentários!

 

 

*** Imagem: Pinterest