CONFISSÕES

Beck´s. Joe´s. & Ciladas

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Beck´s. Joe´s. & Ciladas

Todas as pessoas, inclusives as boas, já foram vilãs na história de alguém

(frase atribuída à Elis Regina)

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Eu tive um Joe na minha vida. Claro, que se estou aqui agora escrevendo este post, esse Joe não é igual ao Joe da série (não vou dar spoiler para quem não viu a série “You” até o final).
Na verdade, a história é totalmente diferente – a minha e a da série.

O único ponto em comum é que assim como Beck eu fui vítima de algo muito grave. Mas diferente dela, por muito tempo eu acreditava ser Joe (o vilão, nesse caso). E eu sofri muito com isso, assim como estou sofrendo agora que descobri que fui mesmo Beck.

Não cabe entrar em mais detalhes agora. O que quero é apenas usar o link da série com o meu, e fazer um convite para que você também olhe para trás e pense nos relacionamentos (ou situações marcantes) que viveu até aqui. Vamos fazer um #tb coletivo, topas?

Você é Beck ou Joe?

Pense nas vezes que você foi Beck (vítima) e que foi Joe (vilão). Não importa de que lado você estivesse, você foi Beck quando foi “atraid@” por uma pessoa ou situação porque acreditava merecê-la, ou então, você talvez tenha sido Joe quando conquistou alguém ou alguma coisa porque ela alimentava algo que você acreditava não ter.

E que coisa louca pensar que somos “loucos”, não?
Seres humanos são imperfeitos por natureza – feitos de luz e sombra, do bem e do mal.
O problema é quando a gente perde a mão na medida – ser “mocinho” ou “vilão” ainda é ser humano – são apenas rótulos de lados extremos e opostos do mesmo ser.

Aceita o convite?

Proponho que você olhe com compaixão para todos àqueles que passaram por sua vida e deixaram alguma mágoa.
Dê ao “Joe” o benefício da dúvida de que ele foi quem sabia ser, ou que acreditava merecer. E lembre-se de fazer o mesmo com você.
Sendo Beck ou Joe, saiba que você foi e fez o que pode ser e fazer naquele momento.

E só para terminar em um clima descontraído, agora, em tempos de redes sociais, o que muda é que de stalker e stalkeado todos nós temos um bocado. Não?

 

*** Imagem: Google

Como eu fui parar no Rivotril?

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Como eu fui parar no Rivotril?

Nem todo mundo sabe disso (e enquanto escrevo ainda me pergunto se precisam realmente saber), mas este foi o ano em que morri.
Aos exatos 40 anos, enquanto eu soprava essas velas, se apagava a luz que me fazia enxergar a vida. A minha vida.

Em 2018 descobri que apesar de ter a liberdade como principal valor, tudo o que eu estava fazendo até então era me transformar em uma escrava de mim mesma.
Sabe aquela máxima de que não existe pior inimigo de uma pessoa do que ela mesma? Então, eu senti isso na pele, na mente, no corpo e especialmente na alma.

Descobri que dia após dia estava cultivando uma cobrança disfarçada de determinação, uma expectativa que confundia com sonho, mas que no fundo era uma cegueira sobre mim mesma que piorava a cada ano, que cresceu e se transformou em Transtorno de Ansiedade mas só quando ela explodiu em uma Síndrome do Pânico foi que a vida conseguiu me parar e dizer:
“Agora acabou, Jéssica”….

O fim de uma etapa

Coincidência ou não (claro que não), os 40 anos marcam o final de uma etapa, que no meu caso foi a morte de uma mulher que não sabia dar limite (a si mesma e aos outros), e que por isso, quebrou.
A sorte é que quando a gente quebra, finalmente consegue enxergar o que tem dentro. Nossa, e como tinha coisa!

 

Neste momento em que escrevo, passei os últimos 7 meses só tirando o lixo debaixo do tapete, dando colo para os fantasmas que puxavam meu pé e conversando bem com meus medos para eles verem que podiam dar um jeito na vida e se criarem longe de mim – porque eu não ia desistir.
Ainda não acabou. E não vai acabar, porque a vida é assim mesmo. Um looping de evolução.

Mas agora sinto que meu processo não é mais de morte, e sim de cura, renascimento e transformação.

Por isso,em 2019, já comecei na intenção de viver um ano e uma vida realmente nova e muito mais verdadeira.

E se lá em cima eu tinha alguma dúvida se deveria escrever tudo isso, vou ficar tranquila se puder inspirar e/ou ajudar alguém a ter coragem de parar tudo e perceber se está vivendo “para dentro” (o que é autêntico, o que é essência) ou se tá “costurando pra fora” (aquela vida bonita para fazer de vitrine nas redes sociais).