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Dancing with Myself

Dancing with Myself

Você não sabe o quanto amo dançar…

Minha mãe diz que aprendi a cantar e dançar antes mesmo de falar.
Dancei a maior parte da minha infância/ adolescência – ballet, sapateado e jazz (o meu preferido). Quando não estava fazendo aula, estava dançando e ouvindo música no quarto.

Pra você ter uma ideia, eu odiava fazer festa de aniversário, mas eu só fazia porque na minha cabeça era o único jeito de eu armar um circo, onde eu teria decoração, fantasia e poderia imaginar que era Cinderela, Moranguinho ou o que mais quisesse em cada ano – e claro, a música (muito mais do que as brincadeiras) eram o “must have” da festinha.

Para as minhas amigas, eu era a diferente – porque brincadeira pra mim era vitrola e um disco da Rita Lee – quando a empolgação era maior eu caia para uma Elba Ramalho ou me acabava em “Festa do Interior”.

Depois que sofri um trauma na adolescência (um dia quem sabe falo sobre isso aqui), eu fui deixando a dança de lado.
E depois, a música.

Por algum motivo eu achava incompatível viver o “mundo real” se a música estivesse presente. Isso porque ela me leva à um mundo muito mais legal – o meu mundo, o meu interior.

Pra você sentir o nível da piração, se eu estivesse trabalhando e colocasse uma música, já era. Não tinha mais trabalho, horário ou obrigação.
Guardava a capa e que se dane quem precisasse de resgate.

O que eu fiz? Guardei a música lá no fundo da alma, achando que era o preço de ser adulta, de ser bem sucedida e exercer o papel de Maravilha que escolhi.

Não à toa, enquanto escrevo esse texto, ainda me curando de uma depressão (em que passei a ter medo da música), eu não consigo deixar de rebolar -nem que seja em pensamento, especialmente quando vejo alguém dançando.

Então, pra você que me lê eu queria te fazer um pedido: dança por mim? Eu ainda estou curando o meu feminino, mas uma hora estarei dançando junto com você.

Quer coisa melhor que mexer o esqueleto e balançar os quadris?

Que hoje ou quando te der na telha você faça esse exercício – não para deixar o corpo sarado, mas para se conectar com aquele mundo que é só seu, muito mais Maravilha do que o daqui de fora :)

 

*** Imagem: Unsplash

Escola da Vida

Escola da Vida

Não sei de você, mas nunca fui uma Maravilha na escola. Tenho verdadeiro pavor de prova – eu ainda sou daquelas que sai achando que abafou, sabe? – mas as notas sempre são meia-boca.

Terminei uma faculdade na unha, e não pense que foi um curso de Engenharia, Economia, coisa de gente “cabeçuda”.
Foi Hotelaria, hein? – e até hoje tenho pesadelos com pessoas me dizendo: “Tatiana, você matou todas as aulas de x,y,z”. Você não passou ainda!

Vida acadêmica pra mim está como Samara para o País das Maravilhas. Não dá match!

Mas isso não significa que eu seja tapada (tá bom, não estou muito convencida disso ainda). O que eu acho é que assim como gosto, tem escola, curso e didática para todos os tipos de pessoa.

Se eu fosse criar uma Universidade, por exemplo, seria uma Universidade da Vida, e nela, eu colocaria cursos tipo:

  • Como não tentar mudar os outros? (essa só passa quem entender que o outro só muda se quiser);
  • Como cuidar da própria vida?
  • Estratégias para parar de se preocupar com a opinião alheia (Pré-requisito: Como cuidar da própria vida);
  • Como saber se você está no caminho certo?
  •  Como trazer seu amor-próprio de volta em 7 dias (sem sacrifício de animais);
  • Aprenda a dizer NÃO;
  • Aprenda quais são seus limites e como não ultrapassá-los.

Você estudaria na minha escola? Tem alguma dica de cursos optativos para incluir nessa lista? É só comentar aqui embaixo :)

E vale compartilhar também com aquela(e) amiga(o) que podia fazer um desses cursos… aquela (in)direta bem: “olha só que legal…”

 

*** Imagem: Pinterest

Super Maravilha

Super Maravilha

Quem imaginaria que a Mulher Maravilha ia pedir penico?

Ao longo da nossa história, as mulheres quiseram sair do imaginário dos homens (que queriam ter ao seu lado uma “super mulher”) e do das mulheres (que queriam que todos vissem que sua capacidade não se resumiria a um tanque de roupa pra lavar).

Em um certo momento elas precisaram (e ainda precisam) vestir sua capa e lutar para conquistar seu espaço. E nós fizemos (e estamos fazendo) isso.

Quantas Maravilhas abriram caminho para que nós agora tivéssemos o poder de escolher – quem ser, com quem se relacionar e o que fazer com nossos poderes?

Até aqui ok. Mas veja se você não concorda comigo na armadilha que muitas de nós acaba caindo (eu, inclusive).

Aquela Maravilha que queria ser admirada por sua competência, inteligência, força, sensibilidade, beleza (isso sempre!) e capacidade de realização, acabou chegando no seu limite. Quem sabe ela achou que não haveria limite?

E como diria Renato Russo, na verdade não há.

O que há então? Na minha opinião, o que existe de mais importante são as prioridades.

Ao pensar que poderia ser, fazer e viver tudo, ao mesmo tempo, foi que ela acabou no Rivotril…

Muitas Maravilhas (e SuperMans também), acreditam que felicidade é conquistar o maior desempenho e produtividade possível. Como fazem as máquinas.

O que esquecemos é que máquinas não têm alma, e mesmo que a gente atinja a tão sonhada “alta performance”, depois vem o vazio. O vazio de não saber mais o que ficou de humano ali dentro.
É não dar conta de ser quem é. De fazer escolhas que realmente nos fortaleçam, sem medir os resultados e os aplausos.

Por isso eu acho que hoje os Super Heróis estão doentes, e o remédio começa por trazer um pouco mais de humanidade para o heroísmo, e assim quem sabe, chegamos à um equilíbrio – onde mulheres podem ser mais “Super” e homens também terem espaço para encontrar seu lado “Maravilha”.

Cadê a Lois Lane que estava aqui? A minha, eu estou (re)descobrindo agora.

 

*** Imagem: Pinterest

Pequenas Vitórias

Pes na Piscina

Eu não acredito que isso está acontecendo.
Eu não acredito que não posso fazer nada para isso passar.
Eu não acredito que isso vai passar.
Eu não vou aguentar até isso passar.
Eu parei de tentar fazer isso passar.
Eu aceitei que ia ter que esperar isso passar.
Eu até acho que depois de tudo o que eu vivi passar, não precisarei fazer mais nada para continuar.

Nesse momento, depois de quase 7 meses de um quadro profundo de depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico eu saí do quarto e fui para o jardim.

Na verdade eu fiz muito mais do que isso.
Eu coloquei um maiô (um biquíni ia me fazer chorar), saí do quarto e fui para o jardim.

Pensa que acabou?

Eu coloquei um maiô, saí do quarto, fui para o jardim e sentei para tomar sol.

Chega, né Mulher?

Eu coloquei um maiô, saí do quarto, fui para o jardim, tomei sol e caí na piscina.

Para uma pessoa que antes não saberia comemorar um prêmio Nobel (se tivesse capacidade para ganhar um) porque explorava a si mesma até à exaustão total, meu movimento de hoje encheu meu coração de paz.

Por isso, só por hoje, eu celebro isso como uma conquista.

Não sei como será o amanhã (responda quem puder), maso que irá me acontecer já virá sem tanta expectativa porque finalmente estou aprendendo a viver.

⁉️Conhece alguém que usa o chicote da Mulher Maravilha para dar em si mesmo? Compartilhe este artigo – pode ser que ela(ele) entenda à tempo que o excesso de cobrança, metas e expectativas podem ser sua kriptonita – e tirar de vez sua força e poder de lutar por si e pelos que estão à sua volta.